sexta-feira, 11 de março de 2011

O Intruso do Sótão (Cap. 4)

— Vai agora Max! — disse Helena á ele, por cima do barulho das batidas violentas na porta.
— Não, Helena. Eu vou ficar. — disse ele, decidido. Não ia fugir enquanto ela... Não queria pensar nisso.
— Max, você não pode! — repetiu ela, desesperada — Eu não... Eu não quero você envolvido nisso também. Você não tem culpa! — disse ela, depois de respirar fundo.
Max a segurou pelos braços, fitando seu olhar suplicante. Não pode lutar sozinha nessa guerra, pensou ele. Podia sentir o hálito quente e ofegante de Helena em sua bochecha, as mãos se fechando com força em sua camisa. Se ele se aproximasse apenas mais um pouco...
Um estrondo agudo retiniu nos ouvidos de Helena. As velhas dobradiças começavam á ce4der sob o peso dos pés da visita indesejada. Ela tinha um palpite certeiro de que era a tia Marta que batia á porta.
— Vai Max! Só se você se esconder é que... — ela hesitou, reunindo coragem — è que poderemos nos ver de novo.
Max entendeu; ele também queria voltar á vê-la. Relutante, ele permaneceu mais um pouco ao lado dela, pensando se deveria... Não, ele não iria fazer isso. Subiu as escadas correndo e se escondeu no sótão.
Naquele momento, tia Marta colocou a porta abaixo e encontrou Helena esperando por ela, com a mochila nas costas. Ela sacudiu a menina violentamente, xingou-a e disse que estava de castigo para o resto de sua vida. Helena não se importou. Nem com as marcas roxas, nem com os castigos, nem os sermões. Ela chorou, mas não de arrependimento, nem de dor. De outra coisa, que ela nem sabia o que era. Ou pelo menos fingia não saber.



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quarta-feira, 9 de março de 2011

O intruso do Sótão (Cap.3 parte 4)

Helena estava aflita; o conselho de Isabele começava a pesar em sua mente. Ela sabia, mesmo não admitindo, que Isabele tinha razão. Ela seria pega, não importava quando, como ou onde. Ah, que droga, pensou Helena, aflita. Se meu pai souber que estive com o Max, ele me mata. Na verdade, ele iria me matar de qualquer jeito mesmo.

Os dois tentavam se manter calmos, fingindo indiferença á situação. Helena andava de um lado para o outro, evitando olhar para Max. Já ele a encarava sem vergonha alguma, pressentindo o mesmo que ela: o que eles temiam estava próximo. Mais do que podiam imaginar.

— Max, escuta — disse Helena, por fim. Se ela tinha que avisá-lo, seria agora. — Se alguém vier me buscar, eu quero que você se esconda. Não vai poder ficar aqui.

Ele não disse nada, apenas assentiu. Mas também o que eu poderia fazer? Pensou ele. Os dois sabiam da possibilidade de ele ser mandado de volta para o tio, e ninguém queria isso. E ela também não queria que ele estivesse assistindo á sua humilhação.

Sentada ali, sem mais nada a dizer, ela escutou o que esperara. Ela chamara por aquilo, focara nele, e agora estava ali. Um pesadelo real.

Tudo o que ela pode fazer foi lançar um olhara triste á Max antes de atender á visita, que batia furiosamente em sua porta. Copyright 2011. Autoria de Bianca L. Spinola - Todos os direitos reservados. Proibida cópia parcial ou total deste conteúdo sem autorização expressa do autor.