quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O Intruso do Sótão (cap.2 parte 2)


Ah… Meu… Deus. Que… Droga!Droga, droga, droga, droga!
Sussurrou ela para si mesma. Helena estava congelando de pavor. Tinha certeza que o barulho que ouvira era de passos, mas como alguém entraria, se a porta estava trancada? Pergunta melhor: e se já tivesse alguém lá? Mesmo tremendo de medo, ela começou a andar. Não sabia bem como, mais ainda conseguia andar. Tinha que verificar o que era para ver se ficaria ou não. Na verdade, para ver se iria escapar, já que não tinha ideia de onde havia se metido.
Ela andou devagar, tentando fazer o menor ruído possível. Não queria ser pega, pelo que quer que fosse. O outro quarto estava vazio, mas ainda tinha dois cômodos quem que ela não havia entrado. O banheiro, e mais um quarto vazio. Helena juntou toda a coragem que possuía (que, naquele ponto, não era muita) e entrou no quarto.
Um silêncio mortal e os olhos arregalados.
Mas só havia uma janela aberta e um gato pousado no parapeito desta.
— Sai! Sai seu gato idiota! Sai!
O gato saiu, pulando direto da janela para a calçada, metros abaixo. Helena suspirou fundo. Droga de gato idiota. Como eu deixei ele me assustar desse jeito?
Já calma Helena resolveu descer, e ficar por lá, mas voltou, e pegou as velas e a caixa de fósforos. Desceu devagar, ainda cautelosa quanto o barulho. Sentiu um súbito alívio ao chegar à sala e verificar que esta se encontrava vazia.
Sentou-se no colchão, e abriu um chocolate. Não era exatamente para acalmar; chocolates, leitura e coca-cola eram os únicos vícios de Helena. Agradecia por estes serem seus vícios, e não bebidas e drogas.
Acendeu uma vela, para não precisar ficar com a lanterna acesa e pescou um livro dentro da mochila. Era um de seus preferidos: A Escrava Isaura. Apesar do linguajar complexo e antiquado, merecia, no mínimo, uma nota 7 na escala de Helena. Começou a ler a primeira página, já lida tantas vezes. Mais ainda sim, havia certo prazer em relê-lo.
Helena estava absorta em seu livro, como fazia com qualquer coisa. Esqueceu-se de tudo, sua mente estava ocupada imaginando as cenas lidas.
Quando algo a interrompeu.
— O que você está fazendo aqui?




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